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Resumo do livro “ O que é Arte” de Jorge Coli

Resumo do livro “ O que é Arte” de Jorge Coli


Introdução:

A arte não possui uma definição própria e nossa atitude perante ela é de admiração, pois admiramos os grandes artistas e os consideramos gênios; Sendo assim a arte pode ser entendida como manifestações do homem em que nos auto admiramos.

Jorge aponta que para um objeto vir a ser considerado arte, a cultura possuí instrumentos para as reconhecerem; a primeira é o discurso artístico, que é determinado por peritos, críticos e historiadores. Também fala que o local onde a arte se manifesta também dão a característica de arte, por exemplo, objetos que são expostos em galerias, museus, concerto, cinema “cult”. Na arquitetura, os tombamentos dão a ideia de arte.


Capítulo 1 – Instauração da arte e os modos do discurso

A hierarquia dos objetos

Os instrumentos não traçam uma linha divisória dos elementos artísticos e não artísticos, porém, nos induzem a pensar que tal obra tem mais significância que outra, e isso não representa que um objeto possa ser mais “arte” que outro.

Jorge conta sobre o real conceito da obra-prima, que se originou quando um artesão tinha a capacidade de fazer uma obra inteira, de seu mestre, sozinho e de sua autoria. Hoje em dia a “obra-prima” é classificada como a obra perfeita, a obra capital, o auge da produção de um autor.
Caminhos do discurso

Jorge fala sobre a diferença de um artista ( no livro exemplificado no carpinteiro ) para um crítico. Um sabe de todos os mínimos detalhes e construção enquanto o outro analisa, mencionando que o carpinteiro pode apreciar ou até mesmo criticar a qualidade de um móvel, pois tem uma base em seus próprios projetos, ou seja, sua chance de acertar sobre a qualidade do produto é mais fácil. Porém, isso não ocorre com o crítico de arte, pois tal questão possui uma complexidade maior, pois não se utiliza do recurso da objetividade



Capítulo 2 – A Busca do rigor

A ideia de estilo

Jorge diferencia a função do crítico de arte para o historiador de arte. O primeiro analisa a obra e selecionam-nas, classificando-as ou desclassificando-as, a partir é claro do conhecimento da história das produções artísticas. Já o historiador de arte evita julgamentos de valores, mas também os seleciona de acordo com os objetivos por ele escolhidos.

Ele também fala que as classificações não possuem caráter científico, não são exatas e sim parciais, tornando seu emprego muito cuidadoso

“Um dos perigos é o de sua utilização como universais. É banal encontrarmos a palavra surrealismo empregada como sinônimo de insólito, de estranho, de desabitual e mesmo de absurdo; como é banal ouvirmos dizer que determinado objeto é barroco porque parece extravagante ou muito ornamentado — fala-se mesmo em uma natureza barroca; ou que tal moça é romântica porque possui uma 
personalidade sentimental. [...] “ (p. 34).

Crítica, história da arte, categorias e sistemas

Para ilustrar a função do historiador de arte, o autor apresenta alguns exemplos, como o de Wolffin (1864-1945), D’Ors e Focillon.
Wolffin vai tentar construir uma metodologia mais rigorosa da história da arte, “Nele encontramos cinco categorias duplas, em oposição, que permitiriam caracterizar o classicismo e o barroco. São as seguintes: 1º) O classicismo é linear, o barroco, pictural; 2º) O classicismo utiliza planos, o barroco, a profundidade; 3º) O classicismo possui uma forma fechada, o barroco, aberta; 4º) O classicismo é plural, o barroco, unitário; 5º) O classicismo possui uma luz absoluta, o barroco, relativa” D'Ors e a categoria do barroco universal — Classicismo e classicismo francês D’Ors conceitua o estilo barroco de forma estática e agrupando-o.

“O barroco seria um "gênero" que agruparia fenômenos culturais temporalmente distantes, mas possuindo constantes determinadoras comuns.” (p.54)

Do mesmo modo que a taxonomia classifica, d'Ors determina um quadro que se inicia na pré-história (o barocchus pristinus) e prossegue, passando pelo barocchus buddhicus, pelo barocchus gothicus, pelo barocchus romanticus, entre outros.

Focillon e o evolucionismo autônomo das formas
Para Wölfflin e d'Ors, os conceitos são estéticos, eles os agrupam e nada mais. Focillon vai tratar do classicismo como algo plano que promoveu o apogeu das formas artísticas, encontrando equilíbrio perfeito embora sendo fugitivo e passageiro.

Capítulo 3 – Arte para nós

O museu imaginário

Coli afirma que o museu é algo imaginário, ou seja, criamos a ideia de transcendência cultural e história da arte. A arte “para nós” como ele coloca é a capacidade do ser humano de recuperar o número infinito de objetos, com tudo isso nos percamos o seu papel e sua destinação.

Jorge refere-se aos instrumentos que instauram a arte em nosso mundo: história da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte e que através deles a arte existe comentando que a ideia de arte não é própria a todas as culturas tendo a nossa uma maneira muito específica de concebê-la, isto é, selecionamos algumas manifestações materiais e damos a elas uma denominação desconhecida dos homens que as produziram. Um objeto só é artístico porque foi aceito como tal pelas diversas “competências”: pelo crítico, pelo historiador.

A sobrevivência do objeto artístico

O autor fala que a sobrevivência dos objetos acontece quando os dispomos em instituições como museus, cinemas e biblioteca para se ter um acesso mais facilmente. Porém há obras que se perdem no tempo, pois foram feitas na efemeridade

O falso

“As falsificações possuem um grande fascínio. A habilidade em enganar, o poder do ilusionismo, a perícia na imitação, fazem do falsário um personagem maroto, capaz de prodígios desabituais, capaz de rir nas barbas dos especialistas e que merece, de certo modo, nosso respeito cúmplice.” (p.82).


Capítulo 4 - Nós e a arte

O supérfluo

Jorge Coli cita Mario de Andrade: “[...] a arte não é um elemento vital, mas é um elemento da vida.” (p.87), ou seja, ele questiona o fato que a associação de um objeto útil à arte, ganha caráter supérfluo. Ele usa como exemplo, o saleiro de Bevenuto Cellini realizado para o rei Francisco ll da Franca, e a roda de bicicleta de Duchamp. Nesse caso, a obra de arte tem um duplo registro: o do “supérfluo” e o das funções sociais e econômicas.

O duplo registro e o mercado da pintura

Coli apresenta também um pouco da história do mercado da arte, que se inicia no século XV com simples comerciantes de objetos gravuras e quadros. Depois no fim do século XlX surge os marchands, encarregados de comercializarem as obras de alguns artistas, foram grandes disseminadores e valorizadores dos trabalhos artísticos

O duplo registro: arquitetura e cinema

Jorge diz que o cinema é o “espetáculo da idade industrial”(p.99), e que ele perdura por causa do mercado, também diz que o cinema é altamente reprodutível e que todo o enorme esforço e gasto de produção fica ‘cristalizado‘. Sobre a arquitetura ele retrata que a sua valorização se da de maneira diferente, Jorge Coli cita as pintura de Picasso ou Cézanne que torna a obra mais cara por conta de sua assinatura, já no meio arquitetônico isso não se aplica.

“Se há degradação social do contexto urbano onde o edifício foi construído, não é a celebridade do arquiteto que o salvará: os cinemas Art Palácio e Ipiranga (aliás, hoje desfigurados), que se no centro de São Paulo, podem ser grandes obras de Rino Levi: a burguesia paulistana preferirá as novas salas da avenida Paulista e dos shopping centers [..]” (p.100)

A caricatura do prazer

A arte possui um duplo registro: do interessado e do gratuito, que significa que o objeto artístico tem funções sociais e econômicas precisas e que necessita de um conjunto de setores para as protegerem.
A arte pode valorizar uma elite através da função de distinção, pois desde muito tempo, o papel da arte é superior, elitizada.

“Tocar piano era, não faz muito tempo, parte integrante da educação das moças de "boa família", como ainda hoje é enviá-las ao balé: o álibi do aprimoramento artístico esconde a afirmação de classe” (p.103)

A razão

Coli fala retrata sobre a emoção e a razão, que o prazer não pode ser ignorado, pois a arte tem a capacidade de desenvolver emoções no homem. A razão entra no campo da organização material, do aprendizado que se desenvolve para poder lidar com ela e da lógica que ordena nossas ideias.
A obra completa apresenta elementos que tiram a ideia do racional e se comunica com o público por meio da emoção, do espanto, do prazer e de outros sentimentos, entretanto, há exceções como o caso do artista Seurat que utilizava de estudos físicos que levavam suas pinturas a um certo grau de impessoalidade e rigor.

A não-razão

Através das emoções e razões que uma obra de arte nos provoca, aprendemos com o mundo que nos rodeia. Não significa que o contato com a arte não mude nossa relação com o mundo, mas melhora nossa relação com o mesmo.

“A arte tem assim uma função que poderíamos chamar de conhecimento, de "aprendizagem". Seu domínio é o do não-racional, do indizível, da sensibilidade: domínio sem fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica, da teoria.” (p.109)

Capítulo 5 – a frequentação

A "sensibilidade inata"

Jorge Coli aborda o tema falando que a sensibilidade é inerente à observação de uma obra de arte. O autor explica que os objetos artísticos estão intrincados na cultura e isso provoca a crítica das noções de sensibilidade e que cada geração que se passa descobre nelas um sentido que não era perceptível.

“A arte, no entanto, exige um conjunto de relações e de referências muito mais complicadas. Pois as regras do jogo artístico evoluem com o tempo, envelhecem, transformam-se nas mãos de cada artista. Tudo na arte – e nunca estaremos insistindo bastante sobre esse ponto – é mutável e complexo, ambíguo e polissêmico. Com a arte não se pode aprender "regras" de apreciação. E a percepção artística não se dá espontaneamente.”(p.115)

O discurso e a frequentação

Os objetos artísticos dialogam com os textos escritos, porém não podemos ficar presos aos escritos.
“O discurso sobre a arte exprime unicamente a relação da cultura do autor com o objeto cultural que é a obra de arte. Não esgota o objeto artístico - pode eventualmente enriquecê-lo.“(p.120)

Dentro de um museu, apesar de ser rodeado de símbolos, em um ambiente visual que estimula sua leituras e interpretações rápidas dos, devemos ao olhar uma obra de arte analisá-la minuciosamente, diferente do olhar cotidiano.

“O contacto freqüente com a obra, a proximidade do objeto artístico, essa "predisposição amorosa" de que fala Platão referindo-se ao conhecimento - mas que poderíamos aqui transferir
para a arte - são os únicos meios de que dispomos para transitar pelos caminhos de não-razão” (p.121)
Resumo do livro “ O que é Arte” de Jorge Coli

O acesso à arte

Coli questiona, como em um país como o Brasil, com tantas diferenças, polarização política e social, com mais da metade da população analfabetos funcionais, ter acesso as obras de arte? Explica que para a arte “pura” chegar resumidamente para todos, isso é feito pela Tv ou rádio, sendo que, o real interesse são os lucros. Assim o autor coloca que o esforço em entender uma obra, está lado a lado com o esforço pelo seu interesse e também pelo seu acesso.













Conclusão:

O autor conclui no final, que o livro é uma reflexão sobre o objeto artístico finalizada, e não sobre o sentido teórico e abstrato da arte. Sugerindo, com isso, a indisponibilidade de se definir a arte de forma clara e lógica. E deve-se verificar, no objeto artístico, sua complexidade e, assim, respeitá-la.
Também não apresentou a perspectiva histórica, nem tampouco a história da crítica de arte, dizendo que sua abordagem foi apenas a relação espectador-obra e apresentou, como objetivo final, o despertar do descobrimento de novas coisas e interrogações sobre o objeto artístico no espírito do espectador.

Por: João Vítor de Andrade Scardovelli
Graduando no primeiro semestre em Design pela Universidade Estadual Paulista _ Campus Bauru.


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Fala pessoal! Por intermédio do Facebook conversei com o jovem João Vitor. Decidir abrir espaço aqui no blog para ele mostrar seu ponto de vista, espero que gostem. Atualmente não estou podendo atualizar constantemente o blog, mas, estou tentando ver um tempo para continuar aqui. Cleberton Batalha. A sim! meu Whats. (79) 9 9950-4226.

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